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Quarta-feira, 2 de agosto de 2000

Locarno começa e mostra concorrentes do Brasil
O 53º festival exibe 'Cronicamente Inviável' e o vídeo 'O Livro de Raoul'
Otávio Magalhães/AE
Omar concorre com seu vídeo na mostra Cineastas do Presente
LUIZ CARLOS MERTEN

Todo mundo que vai ao Festival de Locarno diz a mesma coisa ao explicar qual é a grande emoção da mostra na cidade suíça - os filmes que passam na Praça Grande, numa imensa tela a céu aberto, para platéias de 7,5 mil espectadores. O circo de Locarno já está montado para o festival do ano 2000, o de nº 53, que começa hoje e vai até o dia 12, distribuindo no encerramento os Leopardos aos vencedores. Dois filmes brasileiros estão entre os concorrentes - Cronicamente Inviável, de Sérgio Bianchi, e O Livro de Raoul, de Arthur Omar. Este último integra a competição de vídeo, numa seção do festival que leva o sugestivo título de Cineastas do Presente. Como vem ocorrendo nos últimos anos, Locarno 2000 entregará um Leopardo especial, homenageando um diretor por sua carreira. O homenageado deste ano é o holandês voador de Hollywood - Paul Verhoeven, que vai mostrar seu novo filme, Hollow Man, com Kevin Bacon e Elisabeth Shue, fora de concurso (leia texto nesta página).

Bianchi tinha a possibilidade de mostrar seu filme no Festival de Veneza.

Foi convidado para integrar uma das mostras paralelas do evento que se realizam no Lido, nos primeiros dias de setembro. Preferiu levar seu explosivo retrato do Brasil a Locarno, que tem uma tradição de difundir e promover o cinema brasileiro na Europa. A seleção do festival suíço foi organizada por Marco Müller, que foi jurado na Mostra de São Paulo no ano passado. Müller também coordena a Fabrica, a divisão de cinema da Benetton, que financia a finalização do novo filme de Laís Bodanzky, Bicho de Sete Cabeças. Ele tem assessores que o ajudam a garimpar filmes em todo o mundo.

Seu assessor para o cinema latino-americano é o brasileiro Paulo Roberto Carvalho.

Dezenove filmes de 15 países disputam o grande prêmio do festival. Há informações detalhadas sobre eles no site de Locarno na Net - www.pardo.ch/.

O Leopardo será atribuído a diretores estreantes ou que estejam no segundo filme. No site, o próprio Müller explica o conceito da mostra - exibir e destacar o que de mais importante se faz no mundo, no sentido de apontar tendências e incentivar o desenvolvimento das novas tecnologias. Entre os filmes concorrentes estão o italiano Gonstanza da Libbiano, de Paolo Benvenutti; Baise-Moi, da francesa Virgine Despantes, que passa em Locarno depois de provocar polêmica na França - considerado pornográfico, foi liberado somente para exibição num cinema de sexo explícito de Paris -; o Hamlet do americano Michael Almereyda, no qual o célebre "ser ou não ser" é recitado numa loja de vídeo; e Manila, do alemão Romuald Karmakar, que solta seus personagens num aeroporto para discutir o que o diretor chama de "descaminhos da alma".

E há o filme de Bianchi, claro, que passa na sexta e integra a competição, embora o diretor não seja estreante. No site oficial do festival, Cronicamente Inviável é definido como um filme que apresenta fragmentos de seis vidas, confinadas e interligadas por meio das mesas e dos pratos de um restaurante em São Paulo que termina servindo de suporte para uma visão crítica dos problemas sociais no Brasil de hoje. O português também é a língua de mais dois filmes que integram a mostra competitiva de cinema (e representam Portugal) - A Raiz do Coração, de Paulo Rocha, e No Quarto da Vanda, de Pedro Costa.

Arthur Omar terá concorrentes de peso na mostra de vídeo, na qual deve exibir, nos dias 8, 9 e 10, seu trabalho sobre (e com) o cineasta chileno-francês Raoul Ruiz. O italiano Marco Bellocchio concorre com dois títulos, Un Filo di Passione e Nina, e mostra fora de concurso outros dois, Lacrime e Sorelle. Considerado um dos grandes diretores de teatro da França, Olivier Py sai diretamente de Avignon - onde sua nova peça faz sensação - para concorrer em Locarno com o vídeo Les Yeux Fermés, uma versão hard core de Les Nuits Fauves, baseada na ligação de dois homens. E há La Commune, do inglês Peter Watkins, que usa o episódio da Comuna de Paris para fazer pesquisas de linguagem e política em vídeo.






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